terça-feira, 13 de agosto de 2013

A sétima arte: César deve morrer.

César deve morrer - Cesare deve morire -  é um filme italiano dos irmãos Taviani, Paollo e Vittorio, ganhador do Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim em 2012 - o prêmio de maior prestígio do festival. 
cartaz do filme.
                                            
Apesar de natureza documental, podemos perceber a ficção por trás da história original.
Na prisão de segurança máxima em Roma, Rebibbia, os detentos fazem parte de um projeto teatral e encenam a obra de Shakespeare, Júlio César. Como os cenários para ensaio são as próprias dependências da prisão, chega uma hora que o próprio espectador se perde entre a realidade e a encenação, assim como em certos momentos em que os detentos/atores acabam misturando as emoções reais com atuação. A trama é toda voltada ao desempenho dos presos, que mostram que em um lugar tão obscuro, possa surgir o lado artístico de cada um, trazendo a beleza da arte a um lugar onde parece não haver qualquer resquício de esperança.
                             
O fato de a maioria dos presos ter sido condenado a perpétua, aborda de forma rude e ao mesmo tempo delicada, a morte, a traição e o desejo de poder de modo bem próximo ao real.
Na trama há o ator Fabio Cavalli que há cerca de dez anos desenvolve projetos teatrais nas prisões. O teatro onde as encenações ocorrem não pertencem ao presídio, mas à própria prefeitura de Roma, e regulamente recebe estudantes para assistir às peças teatrais.
Há também um ator ex-presidiário, Salvatore Striano, que ao receber o perdão embora condenado a pena muito longa, descobriu-se ator e integrou a companhia de teatro.
O surpreendente é que a primeiro ver, a grande maioria pode achar que detentos acabariam por destruir a obra de Shakespeare, quando na verdade, se deparam com o grande potencial de cada um que lá está, que com emoção e dedicação desempenham o seu melhor, mostrando também que apesar de segregados da sociedade ainda são capazes de serem bons em algo admirável, bem como o poder que a arte tem ao fazer crescer neles o desejo de reintegrar-se à sociedade.
Nos questionamos até que ponto nosso sistema prisional é eficiente, uma vez que tantos são condenados e jogados em celas sem a menor chance de reabilitação ou anistia. Não estou defendendo os condenados, pelo contrário, acho válido todos os projetos já existentes que instauram trabalhos manuais e outras atividades que convertem o esforço realizado em redução da pena, mas é realmente lamentável que não existam em todas as unidades prisionais sistemas assim. 
Outro ponto se levanta na cena final do filme. Se esses homens tivessem acesso a arte antes de cometerem os crimes, será que a realidade deles seriam diferente? Será mesmo que todos os cantos da sociedades são alcançados pela arte? Esse questionamento vem na cena final do filme, quando ao regressar a cela ao fim da peça, um dos presos fala o que mais me marcou no filme:
"Agora que conheço a arte, esta cela tornou-se uma prisão."

Ai está o trailer do filme. I hope you enjoy it.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Mente sã, corpo são: O pequeno príncipe.



 


Como começar falando de livros sem falar do meu favorito? Le Pettit Prince é uma obra de Antoine de Saint-Exupéry - a escola que estudei por 8 anos levava esse nome, dá para entender de onde veio encanto pela obra tão cedo!
Devido a uma pane, o narrador personagem faz um pouso forçado no deserto. Lá acaba conhecendo o principezinho, que com certa ternura pede-lhe que desenhe um carneiro. É só o começo de uma amizade pura que encantou gerações.






Como não lembrar do asteroide B612? E do amor incondicional que tinha pela rosa até a decepção ao encontrar o jardim e perceber que ela não era a única.
A raposa esperta que o ensinou o que é cativar, e mesmo que ele partisse, soubesse o que dizia numa citação muito conhecida até hoje: 
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
E aquelas pessoas estranhas que encontrou pelo caminho? O bêbado, o rei sem reino, o contador de estrelas... tantas figuras identificáveis no mundo moderno. 
os vícios do mundo moderno
a materialização dos desejos
sede de um poder inexistente

     
 O encanto pela inocência que as crianças possuem, vem logo no início do livro, quando em sua infância, incompreendido, não consegue que os adultos vejam algo além de um chapéu. 

















Como não se encantar com o Pequeno Príncipe? Como não odiar aquela serpente por enganá-lo e ao mesmo tempo agradecê-la por conseguir que o menino de cabelos claros voltasse para seu asteroide?
Ternura clássica que todos deviam apreciar. 
Que você possa encontrar o principezinho algum dia, se isso acontecer, mande-lhe lembranças. Boa leitura. I hope you enjoy it.



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Songs for life: Have you ever seen the rain?

"Have you ever seen the rain?" é uma canção do Creedence Clearwater Revival - curto mais a versão dos Ramones, fato.

Resolvi falar dela hoje porque ontem ficou na minha cabeça que nem chiclete. Saí para andar de bicicleta com um amigo na tarde de ontem. Chegando a orla paraense, conhecida como Portal da Amazônia, fomos surpreendidos por uma tempestade, e buscamos abrigo sob um toldo, onde já estavam vários ciclistas fugindo da chuva. A chuva estava muito forte, típica de Belém, e a cobertura não foi suficiente para impedir que todos ficassem ensopados. Naquele momento, parei para olhar a chuva. Nossa, que sensação inexplicável ver aquele céu uniforme, tão coberto que mal podia identificar onde terminavam as nuvens e começava o rio. Foi então que comecei a cantarolar na minha mente essa canção - eu nem sei ela toda decorada mas o que vale é a intenção!
Assim que a tempestade enfraqueceu um pouco, resolvemos sair na chuva mesmo. Outra experiência incrível, a sensação de liberdade com a chuva batendo no rosto. É, nesse momento vem aquela sensação de infinito que comentei da Emma Watson no filme "As vantagens de ser invisível."
Para quem não conhece, aqui vai a letra e o vídeo - na versão dos Ramones- desse som que deve inspirar a vida. I hope you enjoy it.

Have You Ever Seen The Rain?

Someone told me long ago
There's a calm before the storm
I know, it's been comin' for some time

When it's over, so they say
It will rain a sunny day
I know, shinin' down like water

I wanna know, have you ever seen the rain?
I wanna know, have you ever seen the rain?
Comin' down a sunny day

Yesterday, and days before
Sun is cold and rain is hard
I know, been that way for all my time

And forever, on it goes
Through the circle, fast and slow
I know, it can't stop, I wonder

I wanna know, have you ever seen the rain?
I wanna know, have you ever seen the rain?
Comin' down a sunny day

sábado, 3 de agosto de 2013

A sétima arte: Depois de maio.



Cinema francês, meu xodó. Tenho uma queda especial por filmes do tipo desde que assisti "Le pettit Nicolas" ( O pequeno Nicolau). Eles criam em você uma paixão pelo cinema, sai dos padrões que conhecemos na maioria dos longas atuais. Você chega ao fim do filme se envolvendo com os personagens, não suspirando com o clímax da história.  
Depois de Maio - Après Mai - é um filme de drama produzido em 2012, dirigido por Olivier Assayas, lançado no Brasil em abril de 2013.

http://www.ambrosia.com.br/wp-content/uploads/2013/06/depois-de-maio1.jpg

1979, forças policias ocupando as ruas de Paris e instaurando opressão política, Gilles (Clément Métayer), aspirante a pintor, e seus amigos disseminam ideias anarquistas e revolucionárias. Em uma de suas manifestações, um vigilante acaba ferido e o grupo então parte em rumos diferentes para fugir da polícia evitar suspeitas. Nessas jornadas, iniciam um certo autoconhecimento, uma busca nova de ideias. Nesse ponto, começamos a nos questionar até que ponto estamos dispostos a lutar por nossos ideais e até que momento eles se diferem do que combatemos.

 

O ponto delicado entre ideais e a escolha do que ser na vida. A linha tênue que separa esses jovens e os amores que encontram no caminhos das responsabilidades de assumir uma vida adulta na sociedade. 
Padrões e valores que podem ainda ser facilmente identificados nos dias de hoje. Na hora que terminei de ver o filme, senti aquela pontada de decepção porque esperava um pouco mais do final. Parando para analisar, percebi que foi tudo na medida certa. Sonhos, perdas e lutas. O gigante acordou nos últimos meses, mas houveram sempre grandões lutando pelo que acreditavam desde muito tempo atrás. Vale a pena assistir. 
I hope you enjoy it. 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A sétima arte: As vantagens de ser invisível.




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Começar com o pé direito, falando de coisa boa: cinema.
A dica é esta produção estadunidense, lançado em 21 de setembro de 2012, As Vantagens de Ser Invisível - título original The Perks of Being a Wallflower. Adaptação do livro de mesmo nome, tem no elenco Ezra Miller, Logan Lerman e Emma Watson.

Charlie (Logan Lerman) muda de escola e tem problemas em interagir por lá (certamente todo mundo já passou ou conhece alguém que já passou por esse problema de adaptação, não?). Deslocado no novo ambiente, acaba conhecendo Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson) e uma galera nada convencional.

http://colunistas.ig.com.br/cinemaetudoisso/files/2012/09/622461_275017105932607_617661558_o.jpg
Cena do filme "As vantagens de ser invisível"

Pode até parecer um clichê de  besteirol filme americano, não? Só que o diferencial é que os que são rotulados como "estranhos", e se auto proclamam invisíveis, são os personagens que achamos identificação, sonhamos junto com eles, e torcemos para que terminem bem. 

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2cwYBm0bGr_vZ7UpFIqLvpXsY2xO6ErEsNplTr89Z0saVK-u4kHa53g-2UtL3ENs_-mKyLPo1veQsinXAsizmiVJ9suTbLTaxNcyY8fSzWUJ7RdE_myg2GPjPj4N_Bf3o1Tip4_dv0pFI/s640/As-Vantagens-de-Ser-Invis%C3%ADvel-imagem-10.jpg

Sempre inovando, fugindo de tudo que o resto das pessoas normais costumam fazer. Não ligar, não se importar em fazer o que querem, sem esperar julgamento. Aborda em certos pontos do filme o tema sexualidade (são jovens, como deixar isso passar?) mostrando a indecisão que muitos enfrentam e o medo de se assumirem.

http://www.stiloboneca.com.br/wp-content/uploads/2013/06/As-vantagens-de-ser-invisivel-Sam-Cena-Tunel-600x337.jpg
No túnel. invejei ela um pouquinho, ok?
É aquele grito de libertação dos padrões, das modinhas, pela individualidade. Numa das cenas que eu mais gosto, a do túnel, Sam passa um sentimento de liberdade que faz com que possamos acreditar que somos infinitos em cada momento. É, acredito nisso agora.
É realmente um excelente filme. 
I hope you enjoy it.